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Quem É Jesse Livermore

  • Foto do escritor: Robson Sobieski
    Robson Sobieski
  • 2 de jul.
  • 3 min de leitura

Poucos nomes têm tanto peso na história dos mercados quanto Jesse Lauriston Livermore. Nascido em 1877, criado na pobreza e com apenas o ensino básico, Livermore se tornou um dos maiores especuladores que Wall Street já viu.


Sua vida foi marcada por extremos, tanto em lucros quanto em perdas, e imortalizada no clássico Reminiscências de um Especulador Financeiro, de Edwin Lefèvre. Mais de um século depois, seu legado continua ecoando entre traders e investidores que buscam entender o verdadeiro comportamento dos mercados.


Principais pontos: - Jesse L. Livermore foi um renomado trader de ações no início do século XX. - Começou sua carreira aos 14 anos, trabalhando na Paine Webber & Co. - Suas experiências são narradas no livro Reminiscências de um Especulador Financeiro, de Edwin Lefèvre.

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De office boy a trader autodidata


Livermore começou sua carreira aos 14 anos, trabalhando como “garoto do quadro de cotações” na corretora Paine Webber & Co., em Boston. Seu trabalho era simples: copiar os preços das ações da fica te cotações para o quadro-negro. Mas foi ali que ele desenvolveu sua habilidade única de ler o mercado por meio dos movimentos de preço e volume, muito antes de existirem gráficos ou análises fundamentalistas.


Aos 16, deixou o emprego e passou a operar por conta própria nas chamadas bucket shops, onde especuladores faziam apostas altamente alavancadas em cima dos movimentos das ações. Seus lucros consistentes incomodaram tanto que ele foi banido de diversas casas — o que o levou a se mudar para Nova York e entrar de vez no “jogo grande”.


O trader que surfava bolhas — e lucrava com os estouros


Livermore ficou famoso por lucrar durante momentos de pânico no mercado. Foi chamado de “O Urso de Wall Street” por sua habilidade de antecipar quedas e se posicionar vendido com precisão cirúrgica.


Em 1907, ele lucrou 1 milhão de dóalres vendendo ações a descoberto antes do crash e, atendendo ao pedido de J.P. Morgan, zerou suas posições para não afundar ainda mais o mercado. Quando a recuperação começou, Livermore entrou comprado e lucrou mais 3 milhões de dólares.


Mas foi em 1929 que ele eternizou seu nome: ao perceber sinais de fraqueza no mercado, começou a montar posições vendidas. No dia do crash, a famosa Black Tuesday, Livermore teria ganhado cerca de 100 milhões, o equivalente a mais de 1,5 bilhão hoje.


Do topo ao fundo: uma trajetória marcada por extremos


Apesar do gênio para operar, Livermore enfrentava batalhas internas profundas. Perdeu fortunas, passou por crises financeiras e psicológicas e, com o tempo, viu sua liberdade de operar se restringir com o surgimento da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) em 1934.


Em 1940, endividado e em declínio emocional, tirou a própria vida. Um fim trágico para alguém que simbolizava tanto o brilho quanto a escuridão que podem habitar o mundo dos mercados.


O legado: uma influência que atravessa gerações


Jesse Livermore deixou mais do que uma história, deixou um método de pensar o mercado. William J. O’Neil, fundador do Investor’s Business Daily, chegou a dizer que Reminiscências de um Especulador Financeiro foi um dos poucos livros realmente úteis em sua carreira.


Hoje, suas estratégias e pensamentos ainda circulam em fóruns, livros e até perfis anônimos nas redes sociais. Ele não operava com fórmulas prontas, operava com instinto, disciplina e uma leitura aguçada do comportamento humano.


Considerações finais

A história de Jesse Livermore é tudo, menos comum. É um lembrete poderoso de que o mercado não perdoa arrogância, mas recompensa quem consegue unir leitura técnica com controle emocional. Ele foi o exemplo máximo do que é viver — e sobreviver — de especulação.


E se há uma frase que resume seu legado, talvez seja esta:“O mercado nunca está errado. São as opiniões que costumam estar.”


Se você quer se aprofundar mais, a leitura de Reminiscências de um Especulador Financeiro é obrigatória. Não é só sobre mercado — é sobre psicologia, ciclos e, acima de tudo, sobre nós mesmos diante da incerteza.

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